autosabotagem

Por que a gente se sabota justo quando as coisas começam a dar certo?

Você finalmente começou a cuidar da saúde. Três semanas de academia, salada no almoço, até aquele aplicativo de meditação tá sendo usado. E aí… puff. Você acorda numa terça-feira e decide que merece uma pizza inteira sozinho no café da manhã. E o pior: nem tá arrependido.

Ou então, depois de anos de relacionamentos complicados, aparece alguém legal. Gentil. Estável. Madura. Mas você sente um tédio inexplicável e começa a se perguntar se não seria melhor dar uma sumida e arrumar um problema de verdade, só pra manter o padrão.

Se você se identificou, bem-vindo ao clube dos que têm o superpoder da autossabotagem.

Mas por que isso acontece?

A resposta curta: porque o nosso cérebro gosta do que é familiar. Mesmo que seja ruim.

A resposta um pouco mais longa: quando você passa muito tempo repetindo certos padrões — emocionais, comportamentais, de pensamento — aquilo vira zona de conforto. E sair dessa zona, por mais promissora que seja a nova estrada, dá medo. Simples assim.

Tem gente que aprendeu, lá atrás, que não merece ser feliz. Que quando as coisas melhoram, é porque algo ruim vai acontecer logo depois. Que o sucesso atrai inveja. Ou que, se estiver tudo bem, você vai relaxar, e aí alguém te derruba. Esses aprendizados vão virando crenças silenciosas que comandam o show nos bastidores.

E adivinha quem sofre as consequências? Exatamente: você mesmo.

A sabotagem nem sempre é óbvia

Às vezes, ela vem disfarçada de “realismo”. Tipo: “Não vou aceitar esse novo emprego porque acho que não dou conta.”
Outras vezes, vem como “preguiça”: “Vou começar esse projeto semana que vem… ou na outra… ou quando Mercúrio sair de retrógrado.”
E tem a versão clássica: “Eu queria muito mudar, mas agora não é um bom momento.” (Spoiler: nunca vai parecer o momento ideal.)

A verdade é que a autossabotagem não é burrice, nem falta de força de vontade. Na maioria das vezes, é só medo. Medo do novo. Medo de falhar. Medo de dar certo e não saber o que fazer depois.

Tá, e como lidar com isso?

1. Reconheça o padrão
O primeiro passo é perceber que você faz isso. Não adianta brigar consigo mesmo — observe. Nomeie. “Ah lá, minha autossabotagem querendo estragar tudo de novo…”

2. Questione suas crenças
Você realmente não merece algo bom? Ou só aprendeu isso em algum momento da vida? Às vezes a gente carrega verdades que nunca parou pra revisar.

3. Pratique a autocompaixão
Mudar é difícil. Mesmo. E se cobrar perfeição só reforça o ciclo da sabotagem. Seja firme com você, mas com gentileza. Como você trataria alguém que ama e quer ver crescer?

4. Busque apoio, se precisar
Terapia (olha ela aí) ajuda — e muito. Porque entender o que te leva a se boicotar pode ser o ponto de virada que você precisa pra sair desse ciclo.

No fim das contas, autossabotagem não é o fim do mundo. Mas pode ser o fim de um monte de coisas boas que você ainda nem viveu.
Então, da próxima vez que a vida estiver indo bem e você sentir aquela vontade de apertar o botão de “autoestrago”, respira. E lembre-se: você não precisa sabotar o que pode finalmente dar certo.